Notícias de Secretariado Executivo
23/08/2006 » Todas as notícias
Criança Esperança dá apoio à inclusão digital

Criança Esperança dá apoio à inclusão digital

 

Ana Luiza Guimarães, Rio de Janeiro, RJ

 

A descoberta do mundo digital muda a vida de crianças e adolescentes de muitas comunidades pobres do Brasil. A iniciativa do Comitê para a Democratização da Informática tem o apoio do Criança Esperança. As famílias dos jovens também são bem recebidas nas salas de aula. É um trabalho que já dura uma década, incentiva outros projetos e garante o direito de cidadania de milhares de brasileiros. O sonho de Everton Miguel, de 13 anos, é ser jogador de futebol, mas foi o gosto pelo desenho que o levou a procurar o curso de informática. Todo mundo em casa aprovou. "Achei maravilhoso. Eu que fiz a matrícula e tudo. Depois eu posso arrumar emprego, criar sites, fazer um bocado de coisas." Para Tamires Guimarães, de 11 anos, que ainda não se decidiu entre a pediatria e a veterinária, quem não aprende a usar o computador está perdendo tempo. Everton e Tamires são alunos de uma das mais de 800 escolas de informática e cidadania criadas no Brasil pelo CDI, o Comitê para Democratização da Informática. A organização, que há 10 anos trabalha pela inclusão digital, principalmente em comunidades carentes, já tem 170 escolas no exterior, em países como Argentina, México, Japão, Estados Unidos e África do Sul. Seiscentas mil pessoas já se formaram nos cursos do CDI, uma rede de solidariedade que está ajudando a mudar o futuro de muita gente. Os professores dos cursos são capacitados pelo CDI e quase todos foram alunos um dia. Para Mário Chagas, que dá aula aqui há seis anos, o trabalho foi uma mudança de vida. "Ver as pessoas repartindo, contribuindo uma com a outra. A gente vê o desejo de aprender." O projeto, que conta com o apoio do Criança Esperança, também ajuda pais e avós a entrar na era da informática. Para quem não tem intimidade nenhuma com o computador, aprender essa nova linguagem é como ser alfabetizado outra vez. Se os jovens, às vezes, já têm dificuldade, os idosos, então, precisam vencer a barreira da diferença de gerações, mas são eles que mais vibram ao descobrir que são capazes de vencer seus limites e também fazer parte do mundo digital. "Eu já não agüentava mais aquele marasmo de lavar, passar cozinhar. Eu queria alcançar outros horizontes", disse dona Joventina Amaral. A vontade de estar mais perto do neto foi o que moveu seu Alcides Pereira. "Ele está com um computador na frente dele fazendo um desenho ou um texto. Se eu não aprender não posso ajudar e nem posso conversar com ele." O professor Altamiro Serra também já foi aluno e é testemunha da importância que o aprendizado tem para cada uma dessas pessoas. "Eles ficam maravilhados com o que está acontecendo."

Enviada por Ana Luiza Guimarães, Rio de Janeiro, RJ
Site: http://